domingo, 3 de outubro de 2021

origem e significâncias

  


Fulinaíma origem e significados

 Ela dormia oculta no inconsciente coletivo nasceu dentro do mato à beira da estrada dos Bandeirantes, me chegou como um vulcão relâmpago caldeirão fervendo. Seguia dentro de um fusca com Naiman, indo para o SESC Campinas para dirigir uma Oficina de Criação de Artifícios com foco na poesia experimental visual contemporânea.

Era 1996 tinha acabado de viver uma extraordinária experiência com os Retalhos Imortais do SerAfim – Oswald de Andrade Nada Sabia de Mim e anteriormente a Mostra Visual de Poesia Brasileira -  Mário de Andrade – 100 Anos.

Tinha passado os últimos 3 anos entre Campos dos Goytacazes, São Paulo, ABC(Santo André, São Bernardo, São Caetano). Entre Macunaíma, Paulicea Desvairada e Serafim Ponte Grande. Andava ainda entre os Alpharrabios, os grafitemas e figuralidades, grávido de efervescências.

Ela e seus derivados seus substratos, foram chegando e se tornando música, teatro, livro, cinema, referências marca registrada em outras falas  no caldeirão de misturas. Foi se espalhando se espraiando entre palcos e computadores nos papéis tecidos ao vento ganhando forma física corporal entre praças ruas e estradas.

Até que um belo dia de ano que não sei quando baixa em Pernambuco, no Recife pra ser exato. Uma ex aluna da ex Escola Técnica Federal de Campos, ex

 namorada que em 1987 atravessou comigo a Ciranda do Boi Cósmico no Ginásio de Esportes dos Caralhos Voadores, resolve criar a logomarca, e Dali  nasce  a Fulinaíma MultiProjetos .

Eis a origem, os significados? procurem pesquisem que não dou de graça. Não é para entortar cabeças é o que mora na minha. Que são os derivados transversais das travessias e travessuras tudo que me trouxe esse cavalo selvagem indomável de nome Tempo. 

Goytacá Boy 2

 

araraquara guaxindiba itaocara grumari

o que liga essas palavras ao  eu vocabulário

a carne índia o sangue a cachaça paraty

grussaí guarapary baia da guanabara

 

juntei meu goytacá seu guarani

tupi or not tupi

não foi a língua que ouvi em tua boca caiçara

 

capivari tucuruvi taubaté pindamonhangaba

piracicaba pirapora piraí paranapiacaba

 

vim da tapera carioca do roçado do aipim

cacomanga minha toca  meu coração ururaí

tupinambá goytacá tupiniquim

 

quanta selva quanta  mata desmatada

desde o dia que o português pisou aqui 

 

para falar para lamber para lembrar

da sua língua arco íris litoral

como colar de uiara

é que eu choro como a chuva curuminha

mineral da mais profunda lágrima

que mãe chorara

 

para roçar para provar para tocar

na sua pele urucun de carne e osso

a minha língua tara

sonha cumer do teu almoço

e ainda como um doido curuminha

a lamber o chão que restou da Guanabara

 

juntei meu goytacá seu guarani

tupi or not tupi

não foi a língua que ouvi

em sua boca caiçara

 

gargaú guriri itapevi abapuru

minha musa antropofágica tem o nome de pagu

 

tarcila anita d´alkmim itaim

guarujá piratininga itapetinga itaquera

quantas palavras ensanguentadas nas taperas

 

santeiro do mangue minha pátria meu tesouro

100 anos se passaram como vento

e são paulo transformou-se

nessa  selva de concreto uma cidade de cimento 


no país da pandemônia

 

arte aqui faca amolada

navalha na língua

lâmina afiada entre dentes

 

se o cão lítico

é facista negacionista

vírus verme trapaceiro

 

sou filho  mestre do jongo

aprendiz feiticeiro

minha mãe índia na luta

afro-dite mitológica

goytacá canibalesca

antropófoga vidente

 

me ensinou nobre feitiço

pra matar verme curisco

com o veneno da serpente

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