quarta-feira, 27 de abril de 2022

Artur Gomes - Juras Secretas

 

Jura secreta 57

meta metáfora no poema meta

como alcançá-la plena
no impulso onde universo pulsa
no poema onde estico prumo
onde o nervo da palavra cresce
onde a linha que separa a pele
é o tecido que o teu corpo veste

como alcançá-la pluma
nessa teia que aranha tece
entre um beijo outro no mamilo
onde aquilo que a pele em prumo
rompe a linha do sentido e cresce
onde o nervo da palavra sobe
o tecido do teu corpo desce
onde a teia que o alcançar descobre
no sentido que o poema é prece

 

 Jura secreta 58



a carne que me cobre é fraca
a língua que me fala é faca
o olho que me olha vaca
alfa me querendo beta

juro que não sou poeta
a ninfa que me ímã
quando arquiteta

o salto da abelha
quando mel em flor
e pulsa pulsa pulsa pulsa
na matéria negra cor
quando a pele que veste é nada
éter pluma seda em pelo

quando custa estar em Arcozelo
desatar a lã dos fios do novelo
em pleno  sol de Amsterdã

desvendar Hollanda
nos mistérios da palavra
por entre o nó  dos cotovelos?

 

jura secreta 59

a coisa que me habita é pólvora
dinamite em ponto de explosão
o país em que habito é nunca
me verás rendido a normas
ou leis que me impeçam a fala
a rua onde trafego é amplo
atalho pra o submundo

do escavado  fosso

o poço

onde mergulho é fundo
vai da pele que me cobre a carne
ao nervo mais íntimo do osso

 

 Jura secreta 60

 

qualquer palavra eu invento

na carnadura dos ossos

na escriDura do éter

na concretude do vento

na engrenagem da sílaba

vocabulário onde posso

dar nome próprio ao veneno

que tem o Agro Negócio

 

 

Jura Secreta 61

pele grafia

 

meus lábios em teus ouvidos

flechas netuno cupido

a faca na língua a língua na faca

a febre em patas de vaca

as unhas sujas de Lorca

cebola pré sal com pimenta

tempero sabre de fogo

na tua língua com coentro

qualquer paixão re/invento

 

o corpo/mar quando agita

na preamar arrebenta

espuma esperma semeia

sementes letra por letra

na bruma branca da areia

sem pensar qualquer sentido

grafito em teu corpo despido

poemas na lua cheia

 

 

Juras secreta 62

 

 

tenho estado

entre o fio e a navalha

perigosamente – no limite

pulando a cerca da fronteira

entre o teu estado de sítio

e o meu estado de surto

 

só curto a palavra viva

odeio uma língua morta

 

poema que presta é linguagem

pratico a SagaraNAgem

na esquina  da rua torta

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Edititora Penalux – 2018

https://secretasjuras.blogspot.com/





Fulinaíma MultiProjetos

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

terça-feira, 26 de abril de 2022

tempo em fúria


Biblioteca Bracutaia

A Biblioteca Bracutaia recebeu hoje uma imensa doação de livros, de Roberto Moraes meu grande amigo e meu Diretor no CEFET Campos na década de 1990, e da UNIASSELVI, na pessoa da sua mentora no Campus Campos Ana Mary, a quem agradecemos imensamente.

                      A Biblioteca Bracutaia, tem inauguração marcada para o próximo dia 1º de Maio às 17h na Ong Beija Flor - Casa da Solidariedade - Rua Ari Parreira, 26 - Barra Velha - Gargaú - São Francisco do Itabapoana-RJ - 28230-000

Leia mais no blog www.fulinaimamultiprojetos.blogspot.com



Terra em Transe

 

em 1990 estava eu em Registro em mais uma transa  literária que tinha sido iniciada em Jardinópolis depois de uma passagem por Batatais, onde Hygia Calmon Ferreira, a musa do poema Sagaranagens Fulinaímicas, me apresentou algumas  estudantes  do curso de letras na UNESP, em São José do Rio Preto.

Em Batatais, quando desci do palco do Teatro Municipal, dois lábios vermelhos carnudos encarnados e dois olhos azuis vidrados vibravam em minha direção, era Cláudia, que ganhou  beijo na boca e alguns anos depois Copacabana consumou  nossos desejos.

Em Registro era uma noite de Sarau no restaurante onde jantávamos  e eu ali absurdado com os poetas soprando palavras ao vento, foi quando Mariana de Piracicaba, vindo a mim feito ondas, me ofereceu saliva ardente numa pétala de rosa branca e espuma vermelha de batom -   delírios em sua língua de Vênus.

Desde então queimando em mar de fogo me Registro

o poema freudelérico

não tem nada de pessoa

na vitrola rola um disco

dos demônios da garoa

 

assombrado com o verbo

desemprego

afio ainda mais a carnavalha

rasgo as tralhas da mortalha

com a  faca de dois gumes

no descompasso do desassossego

 

cu do mundo onde fica?

 

palácio do planalto alvorada

cu de boi

o submundo mais profundo

desse país que já foi

                                                              leia mais no blog

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Algo sobre céu

 

Pousam nas xícaras da noite passada

borboletas da Índia, tons de corais.

Sobre a borra de café, aroma salino

e profundo do Índico.

 

Asas transparentes, projetam azuis

no banco silencioso e frio da parede

como se fosse primavera.

 

Telas de anjos e outras divindades

(dessas que não lembramos de onde vem)

como se vivas, vertiam lágrimas

intactas pétalas de flores

bordando o tapete da sala

da mais pura igualdade e paz.

 

Nas borras do café da noite passada

abriu-se cristalino, o destino

nas asas das borboletas da Índia

no cheiro de incenso de mirra.

 

E todo ser fez-se um pedaço do Divino

pausa no tempo,  no acorde menino

por instantes, o brinde do vinho

e tudo em volta fez-se céu

e tudo em volta, céu

profundamente céu.

 

Tonho França

Do livro Quarto de Azulejos

Editora Penalux – 2014


antropomágica

 

a primeira vez

foi um primeiro beijo então roubado

ali já ficou sacramentado em tropicália

o que iríamos desvendar

por entre cinzas nos currais

nas aldeias, ocas, nas taperas

por quantas Eras iríamos encontrar

 

agora como  pa/lavro outras amoras

plantei tuas sementes

no quintal da estação três cinco três

os frutos colherei junto ao teu nome

da tua carne comerei mais uma vez

 

Artur Gomes Gumes

www.arturfulinaima.blogspot.com



Jazz Free Som Balaio

Para Moacy Cirne
gravada no CD fulinaíma sax blues poesia

ouvidos negros Miles trumpete nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz quem tanto não me fez
era uma ant/Versão de blues
nalguma nigth noite uma só vez

ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midnigth ou aversão de Brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando desperta do massificado
ouvidos vais ficando dançarina cara
ao Ter-te Arte nobre minha musa Odara

ao toque dos tambores ecos sub/urbanos
elétricos negróides urbanóides gente
galáxias relances luzes sumos prato
delícias de iguarias que algum Deus consente
aos gênios dos infernos
que ardem gemem Arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte

Artur Gomes

O Poeta Enquanto Coisa

Editora Penalux - 2020

www.coltivomacunaimadecultura.blogspot.com



sábado, 9 de abril de 2022

SagaraNAgens Fulinaímicas

 


dela tenho o nome

 

um nome é muito mais que um nome uma sílaba aberta quando o sobrenome  é também feliz semântica abstrata ou muito mais  concreta quando  além do corpo muito além me diz  estando em mar de minas fosse  espírito santo  tiradentes barbacena  desventra entre   montanhas  a fala no silêncio  desde que a mãe se foi  e nenhum deus te fala o quanto o ser menina em minha íris/retina ecoa a voz que  cala por dez anos depois.

 

SagaraNAgens Fulinaímicas



guima meu mestre guima

em mil perdões eu vos peço

por esta obra encarnada

na carne cabra da peste

da hygia ferreira bem casta

aqui nas bandas do leste

a fome de carne é madrasta



ave palavra profana

cabala que vos fazia

veredas em mais sagaranas

a morte em vidas severinas

tal qual antropofagia

teu grande serTão vou cumer



nem joão cabral severino

nem virgulino de matraca

nem meu padrinho de pia

me ensinou usar faca

ou da palavra o fazer



a ferramenta que afino

roubei do meste drummundo

que o diabo giramundo

é o narciso do meu Ser

 

 

EntreDentes

queimando em mar de fogo me registro
lá no fundo do teu íntimo
bem no centro do meu nervo brota
uma onda de sal e líquido
procurando a porta do teu cais

teu nome já estava cravado nos meus dentes
desde quando Sísifo olhava no espelho

primeiro como mar de fogo
registro vivo das primeiras Eras
segundo como Flor de Lótus
cravado na pele da flor primavera

logo depois gravidez e parto
permitindo o Logus quando 0 amor quisera

 

 

Esfinge

 

o amor 
não e apenas um nome 
que anda por sobre a pele

um dia falo letra por letra 
no outro calo fome por fome 
é que a flor da tua  pele
consome a pele do meu nome

 

cravado espinho na chaga 
como marca cicatriz 
eu sou ator ela esfinge 
clarice/beatriz

 

assim vivemos cantando 
fingindo que somos decentes 
para esconder o sagrado 
em nosso profanos segredos

se um dia falta coragem 
a noite sobra do medo

 

é que na sombra da tatuagem 
sinal enfim permanente 
ficou pregando uma peça 
em nosso passado presente

 

o nome tem seus mistérios 
que se escondem sob panos

o sol e claro quando não chove 
o sal e bom quando de leve 
para adoçar desenganos 
na língua na boca na neve

 

o mar que vai e vem 
não tem volta

o amor é a coisa mais torta 
que mora lá dentro de mim 
teu céu da boca e a porta 
onde o poema não tem fim



Artur Gomes

www.fulinaimagens.blogspot.com



despejo

“Se morar é um direito ocupar é um dever.”                     (MTST)

a polícia se aproxima

há que expulsar os invasores

que voltem às ruas

aos vãos das pontes

morar não é para amadores

 

foi breve a esperança dos sobrantes

e longa a noite de maldades

há um rastro de guerra pelas ruas

e um choro miúdo se perde

entre ruínas

 

o pavor já silencia

alguns não morrem

sob as patas dos cavalos

 

Helena Ortiz

 

eco sistema

o que fazem partidos políticos, governantes e populações em gerais no planeta pela sua preservação? apesar dos discursos e das anunciadas ações estratégicas, muito mais como forma de conquistar votos e simpatizantes para os seus quadros, a verdade é que de ações concretas, pouco se faz, e o estado ambiental do planeta é de degradação total.

www.fulinaimargem.blogspot.com




 

Ele Bebe Toró

 

Um teleférico de gotinhas empapa o fio e ruma pro telhado contíguo.

 

Todas as tardes minha lage vira lagoa
Aí começa explosão de bomba no infinito,
E vem clarão, e vem trovão partido, cismado numa quebradeira de ar

 

Onde já se ouviu?
Vieram a nascer só pra som
Foi daí que veio o som:
desse estrondo rasgado, ameaçando deixar o firmamento em dois

 

Depois do susto, tudo o que é animado, até o parado, dito sem vida, mineral, o elemento que for trata de pôr-se em colaboração:

Vento sonoro nas lascas de frincha de casa,
Nos conjuminados de concreto espaçados um dedo de assobio só algazarrar em tarde ruidosa.

 

Farfalha baderneiro o pé de amora e de tanto balanço, cheio de vestígio, ameaça desplantar, correr pra outro lugar.

 

Tinha folhagem, por trás da guarimã, que corria
Coloquei atenção e vi: elas caminham.

Pensei fossem grudadas na terra. Engano. Tramóia.
Com evento relampejado e perigoso
põem-se num deslocado alvoroço
Rodam com chocalhos,
Riem,
Rebolam verdes penteados

 

Muitas aproveitam a liberdade,
O fechar de janelas,
O escondido dos humanos podadores e namoram.

 

É um fornicalho
Lambuzam-se embebidas n`água
Soltam folhas, gemidos,
quebram galhos,
amontoam-se, misturam espécies.

 

Mas não acasalam, pura farra, sem vergonhice
É tanta dança; talvez pra compensar outros dias de fixidez.

 

Sei que as gotas estouram,
Podiam escorrer viscosas, mas não,
Cantam, colaboram com a tempestade sinfônica
Estalidos miúdos,
Somados,
Multiplicados,
Virando multidão,
A gota torna grossa a chuva,
Música em telha de barro,
Aposta corrida e salta da lage e
junta de outras,
coladas as gotas,
velozes,
audíveis de longe,
já são enchurrada.

 

Corre, corre, empurra, empurra,
faz piscina e rodela a ciscar no bueiro
Som, ação, colaboração,
Participo da festa,
Pisco os olhos pra melhor escutar,

Cuspo na lagoa,
Uma gota,
Meu
Estrondo,
agora SOU TEMPESTADE!

 

Luciano Carvalho – SP

Poema Vencedor do V FestCampos de Poesia Falada – 2004




 

era uma vez eu sempre quis

ele não queria

foi a primeira vez

na sala de teatro

me deflorou com os olhos

me levitou no mar

Guarapari quem dera

fosse marés em calmaria

era tudo tempestade

ondas  de sal suor na pele maresia

me entregava feito arraia

ele se fechava como  ostra

me esfregava em seus mistérios

dentro em sua concha de escrúpulos

me entranhava em seu novelos

até que hoje em meus silêncios

meu cio venceu teus zelos

e o mar é nosso casa

dentro e fora em nossas águas

me devora como brasa

e recompõem meus desmantelos

 

Gigi Mocidade

www.personasarturianas.blogspot.com



“Eros e Psique”

 

Conta a lenda que dormia

Uma Princesa encantada

A quem só despertaria

Um Infante, que viria

Do além do muro da estrada.

 

Ele tinha que, tentado,

Vencer o mal e o bem,

Antes que, já libertado,

Deixasse o caminho errado

Por o que à Princesa vem.

 

A Princesa adormecida,

Se espera, dormindo espera.

Sonha em morte a sua vida,

E orna-lhe a fronte esquecida,

Verde, uma grinalda de hera.

 

Longe o Infante, esforçado,

Sem saber que intuito tem,

Rompe o caminho fadado.

Ele dela é ignorado.

Ela para ele é ninguém.

 

Mas cada um cumpre o Destino –

Ela dormindo encantada,

Ele buscando-a sem tino

Pelo processo divino

Que faz existir a estrada.

 

E, se bem que seja obscuro

Tudo pela estrada fora,

E falso, ele vem seguro,

E, vencendo estrada e muro,

Chega onde em sono ela mora.

 

E, inda tonto do que houvera,

À cabeça, em maresia,

Ergue a mão, e encontra hera,

E vê que ele mesmo era

A Princesa que dormia.

 

Fernando Pessoa


o vestido branco transparente  que vasa na noite de lua todo raio do relâmpago  luz de fogo e trovoada era noite de outono  21 de março como se fosse hoje e sob as rendas brancas ela me mostra os poros como se fossem pelos  num sinal de alerta me avisando sobre a porta  entre/aberta e nos porões da pele me convidasse entrar

 

Federico Badudelaire

www.coletivomacunaimadecultura.blogspot.com

 

Espanhola

 

Por tantas vezes
Eu andei mentindo
Só por não poder
Te ver chorando

Te amo Espanhola
Te amo Espanhola
Se for chorar
Te amo

Sempre assim
Cai o dia e é assim
Cai a noite e é assim
Essa lua sobre mim
Essa fruta sobre o meu paladar

Nunca mais
Quero ver você me olhar
Sem me enxergar em mim
Eu preciso lhe falar
Eu preciso tenho que lhe contar

Te amo Espanhola
Te amo Espanhola
Se for chorar
Te amo

Te amo Espanhola
Te amo Espanhola
Pra quê chorar
Te amo

 

Sá e Guarabira

Clic no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=aV3CVZsE5_g

 

essa paz não me interessa

 

as letras dançam na retina vertigem delírio alucinações  íris dandara a carne de segunda nesta manhã/domingo  descasco ovas de guaiamuns encarceradas onde a barra fede recife marés e rios de promessas argamassas no abstrato que não se concreta mesmo fosse essa jura em linha reta meu coração não é balcão de negócios nem recipiente para pílulas de auto/ajuda meu coração  vadio leviano um tanto quase enganador  anda sempre no cio até sangrar o amor da caça quando se teima em caçador  por tanta sede fome  no desejo de  matar

 

Federika Bezerra

www.fulinaimatupiniquim.blogspot.com



esta noite  vou roubar tua boca e falar por entre teus dentes e língua  me apossar do teu silêncio da tua alma  do teu corpo antes do amanhecer já te terei em mim em cada músculo ainda vivo em cada poro entre teus pelos minha língua os meus dentes minhas unhas nada ficará em teu corpo  que não seja eu em cada coisa que o instante é  eu quero estar em tua coisa já

 

Federika Lispetor

www.suorecio.blogspot.com



FAÇA SOL OU FAÇA TEMPESTADE

 

faça sol ou faça tempestade,
meu corpo é fechado
por esta pele negra.

 

faça sol ou faça tempestade,
meu corpo é cercado
por estes muros altos,

 currais
onde ainda se coagula
o sangue dos escravos.

 

faça sol
ou faça tempestade,
meu corpo é fechado
por esta pele negra.

 

Adão Ventura

Do livro A Cor Da Pele





 Fanatismo

 

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver, 
Pois que tu és já toda a minha vida !

 

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

 

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça 
Duma boca divina fala em mim !

 

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros, 
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."

 

Florbela Espanca




 

Fulinaíma MultiProjetos

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incorporação

incorporação para Igor Fagundes esse poema bárbaro com fonema brazilírico vai fazer meu aramaico incorporar o seu delírico palavras ...