por entre trilhos e trilhas
por entre tralhas e troços
foto grafando os destroços
dos frutos podres no chão
com uma flor
na boca
cada palavra ou nome sendo de gente ou
coisa
traz em si suas nuances léxicas sendo
Luana ou Jéssica sendo paixão ou fome sendo cidade ou surto
ou condição estética
cada palavra ou nome
traz em si sua punção poética
dentro da arte ou fora na pele que
tens agora
no olho nas pernas nas coxas estando
ainda mais dentro umbigo intestino útero mar de desejos tantos
que a boca sorrindo implora
ou mesmo calado o pranto
atormente teu corpo e chora
cada palavra ou nome é signo verbo
cilada
se queres silêncio não grito se
queres mistério não mito na carne no sangue no osso
está a palavra a(r) mada
quando queres flor
não espada.
a hora cósmica du boi
Aqui,
nada de
qualquer semelhança
e mera
coincidência.
tudo é o que
sempre existiu real, místico
satírico, é
a pimenta social
na carne de
boi de cada um de vós.
Aqui, nada
de mistérios e metáforas
verdades e
mentiras por detrás dos panos.
o boi vale
sempre quanto pesa.
Aqui, só tem
validade o que cheira a gado,
o que pode
ser medido pesado
como
percepção para a realidade do mercado.
Basta sacar
os fatos.
O momento histórico
golpeado foi
Se não
perceberam a direção dos seus caminhos atentem pois para a hora cósmica do boi
ali nasci
minha infância
era só canaviais
ali mesmo aprendi
conhecer os donos de
fazenda
e odiar os generais.
no poema o que ficou?
para Cesar Augusto de
Carvalho
no poema ficou caco de vidros azulejando nos azuis no poema
ficou o corte mais aberto o sangue mais secreto tanto mal secando blues
no poema ficou a língua cega a faca desdentada a fome afiada
onde era mel agora é pus
no poema ficou o obsceno não sagrado o beijo ensanguentado o
abstrato do concreto no poema ficou um objeto um soneto esfacelado um hiato no
decreto
no poema ficou mais um retalho mais um trapo do espantalho nesse
circo abjeto no poema ficou o sangue amargo numa noite quase nada num curral
analfabeto
no poema ficou a escuridão nuvens de cinzas onde antes era luz
no poema eu fiquei de pé quebrado no velório esquartejado nessa terra tanta
cruz.
pátria que pariu
para
Rubens Jardim
os dentes das pedras mordem a língua dos meus dias obscuros esse
país teve passado não tem presente nem tem futuro
peixe é bicho inteligente foge do óleo criminoso derramado nos
mares do nordeste - eita peixe cabra da peste!
nem sei em que planeta estamos
hoje nessa infernal atmosfera capitão boçal pede desculpas pelas cagadas
dos 3 filhos
Aí 5 é apenas os centímetros que um deles carrega
pendurado entre as pernas esperma já virou porra
nesta pátria que pariu a besta fera
transPiração
amor é não é uma palavra lógica
e não há estética que o decifre
defina ou me explique e
que seja como neve vento água fogo
se é amor: te amo e me
afogo
me deleito no teu colo
me dê leite - desses
anjos serafim
e quanto mais
transpiro me deliro
no desejo
que não vai ter fim
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