terça-feira, 29 de março de 2022

o homem com a flor na boca

 


Passaporte para uma viagem ao desconhecido

Novo e-Book do poeta Artur Gomes já está na fita, clica baixa gratuitamente e lê:
https://jidduksonline.com.br/ornitorrincobala-arturgomes.../


cacomanga

na roça desde cedo comecei a escavar palavras e separar uma das outras de acordo com o seu significado dar farelo de milho para os porcos e olhadura de cana para o gado aprendi que no terreiro não dependo de mercado e para que urbanidade se a cidade não tem paz com a enxada capinei a liberdade e descobri que ditadura é uma palavra que não cabe nunca mais

 

Do livro Pátria A(r)mada

www.arturgumesfulinaima.blogspot.com

Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
portalfulinaima@gmail.com
(22)99815-1268 – whatsapp

www.centrodeartefulinaima.blogspot.com

quarta-feira, 23 de março de 2022

Anjo Torto

 


Anjo Torto

eu sou o que invoca
o que provoca
e incorpora
desconcentra
desconforta
desconstrói
e desconcerta

eu sou o que interpreta
representa
o que inventa
e desafora

o Anjo Torto
graças a Zeus
a pedra e ao Machado de Xangô

a Capitã do Mato Caipora
me xinga de poeta enganador
mal sabe ela
que eu sou da reza
que o homem que se preza
nunca se escraviza
com chicote de feitor 


Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

www.fulinaimamultiprojetos.blogspot.com



o corpo da palavra corpo

"Não pense que estou louco e só um jeito de corpo", Caetano Veloso jogava a palavra para o corpo. Marx, joga a palavra no corpo social , Nietzsche , joga a palavra na espiral das artes. Freud, joga a palavra no inconsciente do individuo. Sócrates joga a palavra num labirinto enigmático. Levi-Strauss, bate bola com a palavra entre a mente e a esfera puública. E o poeta Artur Gomes joga a palavra no corpo da palavra, ou o corpo da palavra penetra a margem do corpo do papel ? Fala poeta, da língua ferina! Meta a língua ou metalinguagem.

Sady Bianchin

foto: May Pasquetti - no RicorDare
16 de setembro de 2016 - Noite de Confraternização do XXIV Congresso Brasileiro de Poesia



quando me debruço em indagações sobre o corpo da 
palavra corpo seria um pensamento nietzscheziano?

terça-feira, 22 de março de 2022

Projeto Arte Cultura - ONG Beija-Flor

 




Projeto Arte Cultura

Oficina de Teatro

 grupos com 20 alunos tendo como público alvo estudantes e moradores de Gargaú em geral

Grupo 1 – Idade de 10 a13 anos

Dia Quarta-Feira – Horário – De 15 às 17h

Grupo 2 – Idade de 14 anos em diante

Dia – Sábado – Horário – Das 10 às 1h

 A Oficina de Teatro abordará em seus primeiros passos as questões do Corpo e da Fala, levando cada aluno a procurar o seu melhor equilíbrio com a sua voz e o seu movimento corporal.

 Esta Oficina também abordará Fotografia e Produção Cine Vídeo levando cada aluno a experimentar uma atividade que melhor caiba em sua sensibilidade

Além dessas Oficinas citadas acima, o Projeto Arte Cultura na Ong Beija-Flor oferecerá também uma Oficina de Leitura de Poesia  dirigida por Joilson Bessa da Silva, ator e professor integrante do Coletivo Macunaíma de Cultura



                      Projeto Arte Cultura

      Oficina de Teatro

 FICHA De Inscrição

 

Nome_________________________

Endereço_____________________________________________________

 

e-mail_________________________

Celular­­_________________________

 

Assinatura______________________

 

Artur Gomes

Fulinaíma MultiProjetos

fulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp



Nação Goytacá

domingo, 20 de março de 2022

Juras Secretas

 




Jura secreta 19 

quero dizer que ainda arde 
tua manhã em minha tarde 
a tua noite no meu dia 
tudo em nós que já foi feito 
com prazer ainda faria 

quero dizer que ainda é cedo 
ainda tenho um samba/enredo 
tudo em nós é carnaval 
é só vestir a fantasia 

quero ser teu mestre sala 
e você porta/bandeira 
quando chegar na quarta feira 
a gente inventa outra fulia 

 

 

Jura secreta 20 

não fosse o amor

essa faca de dois gumes 
e o tempo que chove na janela 
entre os meus e os olhos dela 
alguma face no espelho

e o sangue escorrendo pelas veias 
atiçando unhas e músculos 

não fosse uma lâmina acesa 
entre os corredores do corpo 
quando a carne é brasa

e as paredes dessa casa 
não separassem mais nada 

quando os pulsos saltam das portas 
para os porões do mais íntimo 
não fosse essa lâmpada esse cálice 
esse líquido pela boca tenso 
quando entro pelo teu quarto 
com tudo aquilo  que penso 

 

 Jura secreta 21 


Ana quando a vida não for sacana 
a gente engendra a Sagarana 
e inventra a SagaraNAgem 

não te preocupes Luisa 
com o elo dessa engrenagem 
com a direção do vento norte 

ou se vem do sul esta brisa 
se embaixo em tua camisa 
palpitam dois  seios fortes

que minhas mãos roçam em cheio 
nas cenas que  escrevi

e transcrevi  por e-mails 

 

os sonhos que prometeu 
mas que agora não são teus 
eles ficaram por aqui 

 

 Jura secreta 22 

entre/dentes3

                                                         olhei para cara do tempo 
ela estava fechada

não me dizia nada 

pensei as SagaraNAgens 
que o tempo fazia comigo 

peguei do tempo o umbigo 
cortei na ponta da faca 
e a tua cara de vaca 
sangrei sem nenhum remorso 
porque isso o tempo não tem 

agora o tempo sorri 
me mostra os dentes da boca 
e a tua cara de louca 
é a minha cara também 

 

 Jura secreta 23 

a lavra da pa/lavra quero

a lavra da palavra quero 
quando for pluma 
mesmo sendo espora 

felicidade uma palavra 
onde a lavra explora 
se é saudade dói mas não demora 
e sendo fauna linda como a Flora 
lua Luanda vem não vá embora 

se for poema fogo do desejo 
quando for beijo que seja como agora 

a lavra da palavra quero 
seja pele pluma

onde Mayara bruma 
já me diz espero 

saliva na palavra espuma 
onde tua lavra é uma 
elétrica pulsação de Eros 

a dança do teu corpo vero 
onde tu alma luna 
e o meu corpo empluma 
valsa por Laguna em beijos e boleros 

 

 Jura secreta 24 


Cezane não pintava flores 
montado em seu cavalo alado 
despeja cores 
no corpo da mulher amada 

com os pincéis 
encravados entre as coxas 
transformou Hollandas 
em quintais de vento 

reINventou o tempo 
na hora de pintar 

 

 

Jura secreta 25 

Mar de Búzios

vasa sob meus pés um Rio das Ostras 
as minhas mãos em conchas 
passeiam o mangue dos teus seios 
e provocam o fluxo do teu sangue 

os caranguejos olham admirados 
a volúpia dos teus cios 
quando me entregas o que traz 
por entre as praias 
e permites desatar 
todos os nós do teu umbigo 

transbordando mar de búzios 
oceanos - Atlântico pulsar entre dois corpos 
que se descobrem peixes - 
e mergulham profundezas 

qualquer que seja a hora 
em que se beijam num pontal 
em comunhão total com a natureza

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

www.secretasjuras.blogspot.com



quinta-feira, 17 de março de 2022

carne viva língua nua

 





 Esfinge

o amor 
não é apenas um nome 
que anda por sobre a pele 
um dia falo letra por letra 
no outro calo fome por fome 
é que a pele do teu nome 
consome a flor da minha pele 

cravado espinho na chaga 

como marca cicatriz 
eu sou ator ela esfinge: 
Clarice/Beatriz: 

assim vivemos cantando 
fingindo que somos decentes 
para esconder o sagrado 
em nossos profanos segredos 
se um dia falta coragem 
a noite sobra do medo 

é que na sombra da tatuagem 
sinal enfim permanente 
ficou pregando uma peça 
em nosso passado presente 

o nome tem seus mistérios que 
se escondem sob panos 
o sol é claro quando não chove 
o sal é bom quando de leve 
para adoçar desenganos 
na língua na boca na neve 

o mar que vai e vem não tem volta 
o amor é a coisa mais torta 
que mora lá dentro de mim 
teu céu da boca é a porta 
onde o poema não tem fim 

 

Artur Gomes

do livro Juras Secretas

Editora Penalux 2018

www.secretasjuras.blogspot.com

 

Musicado pelo músico carioca Rodrigo Bittencourt e gravado pela cantora gaúcha  Dani Rauen

CD Qualquer Lá – 2011

clic no link para ouvir

https://www.youtube.com/watch?v=NyTPLxy4QAo




 carne viva língua nua

 

carne viva língua nua

branca crua alva como lua

canevale

   carnavalha

        carnaval

corpo a(teu)

vendaval que zeus nos deu

 

“é preciso estar atento e forte

não temos tempo de temer a morte”

 

também não sou cristão

como esses que se dizem

donos dos bons costumes

desse gigante adormecido

 

morto-vivo mesmo antes de parido

 

carolinas tive tantas

 por estas tortuosas ruas

 

mas nenhuma delas

com a língua tão viva como a tua

 

Federico Baudelaire

www.coletivomacunaimadecultura.blogspot.com




 Preparativos


 

Daqui alguns dias haverá o carnaval

Preparei minha máscara

senti o corpo

o gosto dos gozos que só me chegam por ele!

Os gozos que só moram na alma

quando atravessam os canais da carne

a tessitura do espírito

na fibra de cada pedaço bruto de matéria.

Que bom, aproxima-se o carnaval!

 

Carne


 
Aglomerado de espaço no tempo breve.

 

Quarta-feira qualquer


 

Quando terminar o carnaval

Eu que não sou cristã

Seguirei em meu caminho

Aceitando cada manhã, sem culpa

porque não sou cristã

portanto, tenho pouco de que me arrepender

acabo escolhendo o que faço!

Seguirei sem carnificina

Eu que não sou cristã

e não creio na imitação do sacrifício

nem mesmo no sacrifício de bichos

quem dirá de pessoas?!

A quarta de cinzas é dia de soprar e colorir

A sexta da paixão é dia de se apaixonar

Sem novidades quanto ao não matar ou comer animais,

pra mim, que não sou cristã.

 

Carolina Rieger




 gigante adormecido

 

a burguesia os industriais da fiesp a grande imprensa corporativa o conglomerado capitalista do gigante adormecido não suporta o Partido dos Trabalhadores muito menos um ex-metalúgico presitente ou uma ex-guerriheira presidenta a vontade  deles é  que todos nós sejamos metralhados como deseja o genopresidentecida. e enquanto isso o país asfixiado estrangulado e o banditismo  oficial mata em nome de deus dos bons costumes do agronegócio da tradição família e propriedade. até quando¿

 

Artur Gomes

www.fulinaimargem.blogspot.com

#quemmandoumatarmarielle?






Fulinaíma Tupiniquim

www.arturfulinaima.blogspot.com

incorporação

incorporação para Igor Fagundes esse poema bárbaro com fonema brazilírico vai fazer meu aramaico incorporar o seu delírico palavras ...