1968
ou
: a investigação
uilcorneana
quem és tu uilcon pereira
que foste fazer na sorbonne?
ter aulas com Sartre
ou cantar a Simone?
drummundana itabirina
fedra margarida a resolvida desfilava pela última vez
portando falo. Decidira decepar o pênis e desnudar de vez a
sua outra mulher. braziLírica
amanheceu incrédula:
manchetes, vozerios, falatórios, assembleias,
faixas, cartazes. por todas as vias, multivias,
multimeios, os ofendidos habitantes brazilíricos
inconformados com a fedra passearam em
plebiscito vociferando Não ao Sim.
E margarida flor impávida lá se foi beira-mar olhando estrelas no cruzeiro. Mas César que não é Castro continuou a pigmentar seu mastro na outra parte da tela, e um dia fedra sorrindo, com o pênis/baton da louca, foi ao boca de luar da fedra e voltou com o luar na boca.
poema 1
entre a pele e a flor no asco
com meia sola no sapato
o meu vapor mais que barato
industrial e infonáutico
entre o couro de zinco e o cabelo
mar de indecifrável plástico
por entre o bronze dos teus pelos
entre o gozar cibernético
em todo sangue magnético
a minha carne pós poeira
entre a flor e o vaso de barro
na homepage ou no carro
na camisinha de vênus
vírus H corroendo
em vita/plus ou na sala
meu olho gótico TVendo
BraziLírica lâmpada fala
por um tanto ou tanto quase
cento e dez em cada fase
não sendo assim acaba sendo
poema 2
debaixo da sacada a escada torta
pássaro sem teto acima do delírio
coração de porco crava no oco da noite
a faca cega, punhal de cinco estrelas
na constelação do cão maior
por onde Úrsula nua passeia
Dédala de Dandi Deusa de Dali lua de Dadá
no coração do pintor sem fronteiras
acima do pé de abóbora embaixo do pé de cajá
Malásia não é aqui Espanha não além mar
Salvador não é Dali
a mulher que eu quero mesmo
e uma Dedé que não Dadá
Bia de Dante do inferno Itamarati/Itamaracá
constelação ursa maior
pra Dadá meu coração pra Dedé não sou cantor
quando quero quero mesmo
espuma nylon pele tecido isopor.
poundianna
Torquato era uma poeta
que amou a Ana
Leminski profeta
Que amou Alice
um dia pós veio Uilcon torto
pegou a Jóia di Ana
e juntou na PereirAlice
com o corpo de alma das duas
foi Bouvoir Assombradado
pra lá de França ou Bahia
roendo o osso do mito
pois tudo que Sartre dizia
o Anjo jurou já ter dito
Nonada
:
- Biúte ria
poema seis
estando quase
sempre e mesmo
estando
esteja breve
assim como uma letra
escrita a lápis
numa estrela
aquarela rabiscada a giz
estando por um raio
esteja por um triz
curto circuito
quem disse
que amor
é mudo
surdo
cego
não sabe o que carrego
em meu
estado de sítio
em meu instante de surto
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