domingo, 3 de outubro de 2021

Brazilìrica Pereira : A Traição Das Metáforas

         


                                                          
1968

 

ou

: a investigação

uilcorneana

 

 

quem és tu uilcon pereira

que foste fazer na sorbonne?

 

ter aulas com Sartre

ou cantar a Simone?  


drummundana itabirina

 

fedra margarida a resolvida desfilava pela última vez

portando falo. Decidira decepar o pênis e desnudar de vez a sua outra mulher. braziLírica

amanheceu incrédula:

manchetes, vozerios, falatórios, assembleias,

faixas, cartazes. por todas as vias, multivias,

multimeios, os ofendidos habitantes brazilíricos

inconformados com a fedra passearam em

plebiscito vociferando Não ao Sim.

 

E margarida flor impávida lá se foi beira-mar olhando estrelas no cruzeiro. Mas César que não é Castro continuou a pigmentar seu mastro na outra parte da tela, e um dia fedra sorrindo, com o pênis/baton da louca, foi ao boca de luar da fedra e voltou com o luar na boca. 


                           poema 1

 

entre a pele e a flor no asco

com meia sola no sapato

o meu vapor mais que barato

industrial e infonáutico

entre o couro de zinco e o cabelo

mar de indecifrável plástico

por entre o bronze dos teus pelos

entre o gozar cibernético

em todo sangue magnético

a minha carne pós poeira

entre a flor e  o vaso de barro

na homepage ou no carro

na camisinha de vênus

vírus H corroendo

em vita/plus ou na sala

meu olho gótico TVendo

BraziLírica lâmpada fala

por um tanto ou tanto quase

cento e dez em cada fase

não sendo assim acaba sendo


                            poema 2

 

debaixo da sacada a escada torta

pássaro sem teto acima do delírio

coração de porco crava no oco da noite

a faca cega, punhal de cinco estrelas

na constelação do cão maior

por onde Úrsula nua passeia

Dédala de Dandi Deusa de Dali lua de Dadá

 

no coração do pintor sem fronteiras

acima do pé de abóbora embaixo do pé de cajá

Malásia não é aqui Espanha não além mar

Salvador não é Dali

a mulher que eu quero mesmo

e uma Dedé que não Dadá

Bia de Dante do inferno Itamarati/Itamaracá

constelação ursa maior

pra Dadá meu coração pra Dedé não sou cantor

quando quero quero mesmo

espuma nylon pele tecido isopor.


              poundianna

 

Torquato era uma poeta

que amou a Ana

Leminski profeta

Que amou Alice

 

um dia pós veio Uilcon torto

pegou a Jóia di Ana

 e juntou na PereirAlice

 

com o corpo de alma das duas

foi Bouvoir Assombradado

pra lá de França ou Bahia

roendo o osso do mito

pois tudo que Sartre dizia

o Anjo jurou já ter dito

 

Nonada

:

-  Biúte ria


poema seis

 

estando quase

sempre e mesmo

estando

esteja breve

assim como uma letra

escrita a lápis

numa estrela

aquarela rabiscada a giz

 

estando por um raio

esteja por um triz

 

curto circuito 


quem disse que amor
é mudo
surdo
cego
não sabe o que carrego

em meu estado de sítio
em meu instante  de surto

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