TERRA
o que me dói
é ter-te
devorada por estranhos olhos
e
deter impulso por fidelidade
amada de muitos sonhos
e
pouco sexo
deposito a minha boca
nu teu cio
e uma semente fértil
nos teus seios como um rio
URBANUS
debruçam no meu peito
sinais de sonhos, marcas
de fracasso
trafega entre meus dentes
vinhoto nas
gengivas
saliva no
bagaço
entre os bueiros
do meu ventre
coração em carne viva
sangra do homem
seus pedaços
ó terra incestuosa
de prazer e gesto
não me prendo ao laço
dos teus comandantes
só me enterro a fundo
nos teus vagabundos
com um prazer de fera
e um punhal de amante
USINA
rente à palha dos
aceiros
o suor escorre à face
nas entranhas do nariz
e no solar da casa grande
é uma tarde de festas
regada a vinhos de Paris
Artur
Gomes
Suor & Cio
MVPB Edições - 1985
www.fulinaimargens.blogspot.com
Artur Gomes
FULINAIMICAMENTE
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