domingo, 3 de outubro de 2021

fulinaimicamente

 


                              fulinaimicamente

 

do som dessa palavra  nasce uma  outra palavra fulinaimicamente  no improviso do repente do som dessa palavra nasce uma outra palavra fulinaimicamente

brasileiro sou bicho do mato brasileiro sou pele de gato brasileiro mesmo de fato yauaretê curumim carrapato

em rio que tem piranha jacaré sarta de banda
criolo tô na umbanda índio fui dentro da oca
meu destino agora traço dentro da aldeia carioca

Jackson do Pandeiro Federico Baudelaire nas flores do mal me quer Artur Rimbaud na festa de janeiro a fevereiro Itamar da Assumpção olha aí Zeca Baleiro  no olho do mundo cão

 

Obs.:musicada e gravada por Naiman no CD Poesia Para Desconcertos com produção de Fil Buc - a ser lançado em breve

 

fulinaíma

 

misturei meu afro reggae a muito xote do xaxado ainda fiz maracatu maxixe frevo já juntei ao fox trote
quando dancei bumba-meu-boi em Pernambuco

fulinaíma é punk rock rasgando fados em bossa nova
feito blues para pintar a pele branca de vermelho
e repintar a pele preta de azuis...

botei sanfona no rufar desse baião tambor de minas capixaba no lundu no Paraná berimbau de capoeira
dancei em noites de lual no Maranhão

fulinaíma é punk rock rasgando fados em bossa nova
feito blues para pintar a pele branca de vermelho
e repintar a pele preta de azuis...

mas em São Paulo pedras quando rolam pelos céus de nossas bocas meu irmão fulinaíma azeita o caldo da mistura para fazer o que não jazz ainda soul

porção de restos de alguma partitura que algum músico com vergonha recusou por ser estranho o que naquilo descobriu mas se a gente canta no cantar essa ternura é que mamãe mamãe mamãe Macunaíma ainda chora pelas matas do Brasil

obs.:musicada e gravada por Reubes Pess no CD Poesia Para Desconcertos – com produção de Fil Buc - a ser lançado em breve

 

 pornofônico confesso


se este poema inocente primitivo natural indecente
em teu pulsar navegante entrar por tua boca entre dentes

espero que não se zangue se misturar o meu sangue em teu pensar quando antropo por todas bocas do corpo em total pornofonia na sangração da mulher

me diga deusa da orgia se também tu não me quer quando em ti lateja e devora palavra por palavra
por fora dentro e por fora em  pornografia sonora

me diga Lady Senhora nestes teus setenta anos
se nunca gozou pelo ânus me diga Bia de Dora
num plano lítero/estético qual humano ou cibernético que te masturba ou te deflora

 

 vampiresco

um conto mínimo 2

 

o senhor dos anéis não mostra os dedos

muito menos o coração Bradesco onde um corpo na lama menos Vale que 1 real rasgado na boca do bueiro

 

poética 93


Tenho nojo do Agro 

Negócio que me dá asco
por tanta perversidade

quem planta veneno
é carrasco
assassino da humanidade


antes que seja tarde

 

qualquer palavra é um risco 
qualquer poema eu arrisco 

mesmo quando cilada
bala carro usado facada
compra venda laranja goiabeira

 

o lança chamas no circo

o dado lance no jogo

a mulher que come fogo

congresso de picadeiro

trapacear no senado é mágica

executivo carniceiro

 

poema não é brincadeira

comum baseado no ventre
farinha prisão entridentes
a farsa no país é trágica
e o povo é sempre o indigente

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