Itabapoana Pedra
Pássaro Poema
era
uma vez um mangue
e
por onde andará macunaíma
na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
ainda
existe algum
vestígio
de macunaíma
na
veia do seu pescoço
na teoria dos mistérios
dos impérios dos passados
nas covas dos cemitérios
desse brasil desossado ?
macunaíma não me engana
bebeu água do paraíba
nos porão dos satanazes
está nos corpos incinerados
na usina de cambaíba
em campos dos goytacazes
macunaíma não me
engana
está nas carcaças
desovadas
na praia de
manguinhos
em são francisco do itabapoana
Revirando
A Tropicália
geleia geral arte que renasce
como grão de uma semente
plantada ao chão que Deus me deu
sempre Nu cio
ela moça que mora longe
me lança a flecha do outro lado do rio
Itabapoana Pedra Pássaro Poema
música da Tropicália
a sinfonia das águas
ouvidos negros milos trumpe nos tímpanos
era uma criança forte como uma bola de gude
era uma criança mole como uma gosma de grude
tanto faz como tanto fez
era uma anti-versão de blues
nalguma night noite uma só vez
ouvidos black rumo premeditando o breque
sampa midinight ou aversão de brooklin
não pense aliterações em doses múltiplas
pense sinfonia em rimas raras
assim quando despertas do massificado
ouvidos vais ficando dançarina rara
ao ter-re arte nobre minha musa Odara
ao toque dos tambores ecos suburbanos
elétricos negróides urbanoides gente
galáxias relances luzessumos pratos
delícias de iguarias que algum deus consente
aos gênios dos infernos que ardem gemem arte
misturas de comboios das tribos mais distantes
de múltiplas metades juntas numa parte
Artur Gomes
https://fulinaimagens.blogspot.com/
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