quinta-feira, 27 de outubro de 2022

por onde andará macunaíma?

 


Itabapoana Pedra Pássaro Poema

 

era uma vez um mangue

e por onde andará macunaíma

      na sua carne no seu sangue

               na medula no seu osso

ainda existe algum

vestígio de macunaíma

na veia do seu pescoço


 

na teoria dos mistérios

dos impérios dos passados

nas covas dos cemitérios

desse brasil desossado ?

 

macunaíma não me engana

bebeu água do paraíba

nos porão dos satanazes

está nos corpos incinerados

na usina de cambaíba

em campos dos goytacazes

 

macunaíma não me engana

está nas carcaças desovadas

na praia de manguinhos

em são francisco do itabapoana 



Revirando A Tropicália

 

geleia geral arte que renasce

como grão de uma semente

plantada ao chão que Deus me deu

sempre Nu cio

ela moça que mora longe

me lança a flecha do outro lado do rio

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

música da Tropicália

a sinfonia das águas

ouvidos negros milos trumpe nos tímpanos

era uma criança forte como uma bola de gude

era uma criança mole como uma gosma de grude

tanto faz como tanto fez

era uma anti-versão de blues

nalguma night noite uma só vez

ouvidos black rumo premeditando o breque

sampa midinight ou aversão de brooklin

não pense aliterações em doses múltiplas

pense sinfonia em rimas raras

assim quando despertas do massificado

ouvidos vais ficando dançarina rara

ao ter-re arte nobre minha musa Odara

 

ao toque dos tambores ecos suburbanos

elétricos negróides urbanoides gente

galáxias relances luzessumos pratos

delícias de iguarias que algum deus consente

aos gênios dos infernos que ardem gemem arte

misturas de comboios das tribos mais distantes

de múltiplas metades juntas numa parte

 

Artur Gomes

https://fulinaimagens.blogspot.com/

 

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