hoje vou comer
a coxinha da paulista
vou comer fiado
vou comer de graça
coxinha só se paga a prazo
a perder de vista
na pia no banheiro
no telhado na cozinha
coxinha se come aos montes
nas ruas nas praças
nos palácios nas garagens
coxinha é massa
de manobra
amassada com trigo com farinha
carne que se presta
pra usar comer e jogar na lata de lixo
coxinha não é gente
é pior que bixo
Gigi Mocidde
HOJE é o aniversário desse amigo muito querido.
Artur me enche de orgulho pela sua arte sem
limites, pela sua simplicidade, pelo seu talento "sobrenatural". HOJE
completa sete décadas de puro amor a tudo o que faz.
Trabalhamos juntos no IFF por longo tempo e como
aprendi com suas exaltações poéticas, suas apimentadas colocações nos textos.
Artur Gomes , dentre suas performances, há de se
destacar um susto que deu aos participantes de um curso de Controle Mental, na
época, no Palácio da Cultura. Num exemplo de brasilidade enrolou a Bandeira
Nacional no corpo e com um timbre de voz alto lançava ao vivo e em cores, um
poema de tamanha beleza, profético para o Brasil que estamos vivenciando agora.
Artur é temático em seus gestos e dono de um olhar
imperativo. Colhe da Rosa ao néctar do prazer, toda uma poesia que marca, que
seduz e que alucina. " Artur Gomes, nada sabe de mim." Viva Mallarmé!
Beijos pra você, meu amigo!
Vania Cruz – 27 agosto
2018