sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim

serAfim 2 -               rúbia querubim a desejada de federico baudelaire 


entre os dentes

trago uma língua afiada

carnavalha

para tudo que me valha

 

irina agora também é modelo dessas pinturas clássicas que a gente não sabe qual foi o pincel         usado pelo pintor

*

a travessia vou fazendo

no inverso

entre os lábios da tua boca

e as letras do teu inverso

 

além de tudo meu olho foca

meu olho toca meu olho vê

tudo aquilo que você não lê

*

quieta aqui nessa solidão capixaba quantas vezes me vem em sonhos ou alucinações contemporâneas tudo o que não fui eu não era a bruna beber muito menos débora seco mas ele gostava até queria que fosse assim como biúte me chamava de vários nomes ao mesmo tempo aquela profusão de palavras como inseto em volta da lâmpada e os cálices nos lençóis de algodão as vezes linho para atiçar nossa luxúria com a contribuição da enel que nos deixava quase sempre no escuro na guarapari do espírito santo uma noite ele passou o tempo todo lendo pagu no meu ouvido e macabea não se conforma por ter sido deixada de lado nas artes cínicas do presídio federal de brazilírica trafega com seus fantasmas pelos corredores falando para o vento que entra pelos                 buracos das fechaduras

*

 nasci no dia nacional do samba talvez por isso aos 15 entrei para mocidade independente de padre olivácio – a escola de samba oculta no inconsciente coletivo instituição criada pelo intrépido artur gomes uma filial da igreja universal do reino de zeus pastor de andrade o antropófago não anda muito satisfeito com meu comportamento a frente da bateria da escola mas como sou capixaba e não amo capixaba e a única coisa de capixaba que gosto é a torta e o quibe de peixe amor com capixaba não faço já disse isso milhão de vezes mas faço amor não faço guerra e quem quiser que me queira por essa terra inteira


quieta aqui nessa solidão capixaba quantas vezes me vem em sonhos ou alucinações contemporâneas tudo o que não fui eu não era a bruna beber muito menos débora seco mas ele gostava até queria que fosse assim como biúte me chamava de vários nomes ao mesmo tempo aquela profusão de palavras como inseto em volta da lâmpada e os cálices nos lençóis de algodão as vezes linho para atiçar nossa luxúria com a contribuição da enel que nos deixava quase sempre no escuro na guarapari do espírito santo uma noite ele passou o tempo todo lendo pagu no meu ouvido e macabea não se conforma por ter sido deixada de lado nas artes cínicas do presídio federal de brazilírica trafega com seus fantasmas pelos corredores falando para o vento que entra pelos                 buracos das fechaduras

*

não conheço

mas é como

se conhecesse

 disse-me ontem

a psicóloga

 antes que

amanhecesse

 depois de uma noite

de trégua

depois de passar a régua

 na direção dos caminhos


os olhos da janela

me espreitam

enquanto devoro

este poema

       salgado de sol

sede

eu tenho sede de água
eu tenho sede de mar
girassol nos meus cabelos
espuma de sal esperma e pelos
por onde eu possa delirar
eu tenho sede de sexo

em noites claras de luar 

*

                se eu não beber teus olhos

não serei eu nem mais ninguém

 

quando beijar teus lábios

desço garganta mais além

 

quando tocar teu íntimo

onde o desejo é mais intenso

 

jura secreta não penso

bebo em teus seios também

                         *

a flor da tua pele
me provoca
me toca
e não sei o que fazer
me perco nas esquinas
do teu corpo
em noites de lua nova
como uma prova de física
que eu nunca soube resolver


                 espírito santo


guarapari aqui estou
aqui me encontro
em estado de espírito santo
nesse mar azul e branco
como as cores da portela
o rio já passou em minha vida
nas marés de um serAfim
mar é o que me fica

como o deus que me habita
sem princípio meio ou fim

*

musa que é musa
não tem vergonha de nada
escancara a cara no espelho
se desnuda pra fotografia
teu corpo camisa de vênus
a flor da pele irradia
rasgando a camisa de força
tua carne     só poesia


mulher de nuvens
para micaela albertini

fosse eu uma mulher de nuvens
não estaria aqui presa
a este mar nas marés suor ou cio
passaria com o vento
sem deixar rastros vestígios
pegadas
voaria sobre estradas
sem destino cais ou porto
viajar mesmo sem nenhum conforto
ou calmaria nas partidas
ventania nas chegadas

*

 o belo me excita quando vem assim seminua não importa o sexo gênero cor na imagem que me traga essa leveza de estar como pluma levitando sobre o poder da gravidade não importa o nome ou o tipo de sangue que circula pelas veias nem o sal do suor escorrendo pela pele enquanto aqui teço homenagem ao                 eros que me come


         metáfora por metáfora

 

se ele pensa  também penso mas não compenso carência de ninguém  e vou além do outro lado do carne tudo o que está dentro ou fora do corpo o que vai e vem na hora do sexo se não me agrada meto a faca corto metáfora  por metáfora  o músculo/pênis

que nunca me deflora


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https://fulinaimacentrodearte.blogspot.com/

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