Itabapoana
Pedra Pássaro
Pedra Que Voa
não sei se escrevo
ou mando um chocolate
pra Fernando
Pessoa
a pedra de Drummond
também passeia por aqui
enquanto voa
Itabira
Itaocara
Itabapoana
3 pedras no poema
uma pedra por semana
As primeiras praias que conheci na minha infância, foram
Guaxindiba e Atafona. O nome Guaxindiba sempre me despertou curiosidade, e só
na minha adolescência vim saber se tratar de um nome de origem indígena. (Tupi, que significa
"planta aquática de beira de rios". )
não é apenas uma metáfora
quando a pedra é pássaro
caranguejos passeiam
sobre pneus
carcaças de geladeiras
almofadas
Bracutaia
eterna lenda
estranho pássaro
da pedra ouviu o grito
e voou de Gargaú
pro infinito
em Gargaú
as garças voam
às 5 horas da tarde
para o outro lado da pedra
em Guaxindiba
tenho em mim
que pássaros voam
e peixes nadam
para o pouso que procuram
o grito do goytacá
ainda ecoa
a cidade é pedra
mas o pássaro voa
em Manguinhos
uma pedra sustenta o Cristo
dentro d´água
pintando o sete
Macunaíma no coreto
sem orçamento secreto
Redentor em 2017 me viu
falando poesia na praça
o concreto da metáfora
é que o poeta sempre foi
e sempre será a antena da raça
esse teu olho que me olha
azul safira ou mesmo verde
esmeralda fosse – pedra
pétala rara carne na matéria doce
ou mesmo apenas fosse
esse teu olho que me molha
quando me entregas do mar
toda alga que me trouxe
barrinha
buena
tatagiba
guriri
tanto mar e uma lagoa doce
também deságua dentro aqui
beijo a boca da barra
o poema fala a palavra
barco
atravessa o espelho d´água
pedra que flutua
procurando os peixes
Gargaú
do lado direito rio paraíba do sul
que desce da serra da bocaina
no estado de São Paulo
pra beijar o Atlântico
no Pontal de Atafona
em São João da Barra
na outra ponta do litoral
o espírito Espírito Santo beija a Barra
Itabapoana
logo ali em frente Iriri – onde
Rúbia Querubim encontrou seu ninho
pássara que migou de Rio das Ostras
estrela do mar fala com as pedras de sal
recolhe o tempo na ampulheta
e sussurra poesia nos ouvidos de Anchieta
Marçal Tupã
o grito goytacá ainda ecoa
meu coração marçal tupã
sangra tupy & rock and roll
meu sangue tupiniquim
em corpo tupinambá
samba jongo maculelê
maracatu boi bumbá
a veia de curumim
é coca cola e guaraná
sagaraNAgens fulinaímicas
guima
meu mestre
guima
em mil perdões eu vos peço
por esta obra encarnada
na carne cabra da peste
da Hygia Ferreira bem casta
aqui nas bandas do leste
a fome de carne é madrasta
ave palavra profana
cabala que vos fazia
veredas em mais Sagaranas
a Morte em Vidas/Severinas
tal qual antropofagia
teu grande Sertão vou cumer
nem João Cabral Severino
nem Virgulino de matraca
nem meu padrinho de pia
me ensinou usar faca
ou da palavra o fazer
a ferramenta que afino
roubei do mestre Drummundo
que o diabo GiraMundo
é o Narciso do meu Ser
do livro SagaraNAgens
Fuliaímicas
Editora Penalux - 2015
https://fulinaimagens.blogspot.com/
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