terça-feira, 30 de setembro de 2025

espiã confessa


espiã confessa

pedra que voa

depois que choveu pedra em São Francisco do Itabapoana no final de 2024, por ficarem sem saber se gelo ou granizo, alguns moradores da localidade do Macuco, resolveram instalar uma comissão popular de inquérito para apurar as causas do acidente.

Sabedores de que o significado da palavra Ita/bapoana é pedra que rola sobre o leito do rio, é bem possível que as “pedras” revoltadas com suas condições de viverem submersas podem ter sofrido gigantes mutações e serem transformadas em pedras que voam, incentivadas pelas bruxarias e alquimias desenvolvidas por alguns personagens do livro “Itabapoana Pedra Pássaro Poema”.

 

diante de tudo

que tenho falado

despido lido escrito

ser porta bandeira

não é uma missão

apenas por ter incorporado

a Mocidade Independente

de Padre Olivácio

     em Ouro Preto

tem mais angu nesse caroço

cabeça nesse prego

não nego

estou metida nessa trama

dos pés aos fios de cabelo

em cada uma das nervuras desse osso

debaixo dos lençóis de cada cama

tem segredos e mistérios

que sendo revelados

deixariam qualquer país em alvoroço

                            *

em vampiro goytacá

canibal tupiniquim

somos serAfim

todas nós somos

vampiras

numa página a gente transa

noutra página a     gente pira

 

Gigi Mocidade

Ex-Rainha da Bateria da Mocidade Independente de Padre Olivácio - a Escola de Samba Oculta no Inconsciente Coletivo

leia mais no blog 

https://coletivomacunaimadecultura.blogspot.com/

a história nem conta onde o Conde D dava, porque a história é narrada pelos que se julgam vencedores, mas nem sempre isso é verdadeiro, Darcy Ribeiro por exemplo, gostava de se considerar um perdedor, pois segundo ele mesmo não cansava de afirmar que não se sentiria a vontade estando junto aos vencedores, das batalhas que ele travou durante toda sua vida em defesa do povo brasileiro.

 

Rúbia Querubim

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domingo, 28 de setembro de 2025

Por Onde Andará Macunaíma?

 

Onde está Macunaíma?

 

no poema na metáfora

no palco no livro

na tela do  cinema

no Acre na Amazônia

em Minas Bahia Pernambuco

Pará Sergipe Piauí

 Rio de Janeiro Espírito Santo

Macuaíma está em todo canto

Paraná Santa Catarina

até nas mais remotas

matas virgens  do Xingu

ou nas águas frias

do Rio Grande do Sul

ou nas termas quentes

do Rio Grande do Norte

Macunaíma vento forte

se misturou nas maravilhas

e também nas sutilezas

divina preguiça da beleza

das terras do bem virá

comeu o pão que o diabo amassou

quando se transmutou por São Paulo

no trampo do caos urbano

quase desapareceu do país

mas como um bom feiticeiro

seu pai não se enganou

te fez tornar-se encantado

para que o povo então  entendesse

as profundezas do teu  significado

 

                   Terra,

antes que alguém morra

escrevo prevendo a morte

arriscando a vida

antes que seja tarde

e que a língua da minha boa

não cubra mais tua ferida

 

Artur Gomes

dos livros : Suor & Cio (1985)

e Pátria A( r)mada - 2022

Por Onde Andará Macunaíma ?


 Gigi Mocidade - Eva já subiu a serra de Pacaraima? já viu o sol nascer na terra de makunaima? já beijou a pedra marco zero de Roraima? Piamã disse que não,  mas Irina já experimentou o experimental de Wally Salomão 

Federico Baudelaire - de onde estou em Itabira eu te pergunto Nilson Siqueira por onde andará Macunaíma? Eva Seiberlich não soube me responder se subiu serra do pacaraima ou beijou a pedra de muiraquitã, Cy a rainha mãe mato continua desfilando na Portela – Paulo Victor que esteve por algum tempo incorporando Macunaíma escafedeu-se tomou chá de sumiço com medo de Piamã com o seu descompromisso - preguiça só quem pode ter mesmo é o próprio Macunaíma. Já dizia Mário de Andrade em, seus delírios febris.

Ainda na Estrada frustrado por passar em Iriri e não encontrar a minha amada. Por onde andará Irina? que não é Macunaíma e só de sacanagem ou até sagaranagem, Rúbia me informa o paradeiro errado da minha andorinha azul, ela deve ter ido pro norte mas querubim me diz que foi pro sul, desfilar de porta/bandeira sem ensaio na mocidade independente de padre olivácio, no festival de Blumenau, aceitando o  convite do Pastor de Andrade o aliciador de ovelhas desencantadas. Só me resta conferir com Federika se ela foi mesmo para Blumenau ou foi se instalar em Vila Rica, depois de passar pelas praças de Bento. 

Itabapoana Pedra Pássaro Poema

 

era uma vez um mangue
e por onde andará Macunaíma

(Ainda estou aqui)

na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
será que ainda existe
algum vestígio de Macunaíma
na veia do seu pescoço?

tá no canto da sereia
no rabo da arraia
nos barracos da favela
nos becos do matadouro
na usina sapucaia?

na teoria dos mistérios

dos impérios dos passados

nas covas dos cemitérios

 desse brasil desossado?

macunaíma não me engana

bebeu água do paraíba

 nos porões dos satanazes

 está nos corpos incinerados

 na usina de cambaíba

 em campos dos goytacazes

macunaíma não me engana

está nas carcaças desovadas

na praia de manguinhos em

               são        francisco do itabapoana


Joilson Bessa me disse
Kapiducéu já ensaia
Macunaíma vem vindo
no Auto do Boi Macutraia

 

Artur Gomes

poema do livro

Itabapona Pedra Pássaro Poema

Litteralux – 2025

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quinzenalmente às segundas Por Onde Andará Macunaíma está na coluna que assino no canal ArteCult.com 

A Biografia de Um Poeta Absurdo

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sexta-feira, 5 de setembro de 2025

por onde andará Macunaíma?

Encontro Literário

Jovens Em Movimento

Poesia Literatura

Roda de Conversa 

Intervenções PoÉticas 

#poesia #literatura #intervençõespoéticas #encontroliterario #jovensemmovimento

#rodadeconversa

#BalbúrdiaPoÉtica

*

porta/bandeira 

 

diante de tudo

que tenho falado

despido lido escrito

ser porta bandeira

não é uma missão

apenas por ter incorporado

a Mocidade Independente

de Padre Olivácio

     em Ouro Preto

tem mais angu nesse caroço

cabeça nesse prego

não nego

estou metida nessa trama

dos pés aos fios de cabelo

em cada uma das nervuras desse osso

debaixo dos lençóis de cada cama

tem segredos e mistérios

que sendo revelados

deixariam qualquer país em alvoroço

 

Federika Bezerra

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https://fulinaimagens.blogspot.com/

pitadas de Suassuna

com josé cândido de carvalho

 

godot atravessou o rubicão

num galope do karalho

seu cavalo baio corria mais que o cão

com medo do espantalho

 

 voltando de iriri

passou pela muritiba

para catar sementes de aroeira

e fugir do delegado

no encontro não marcado

nas rodas de capoeira

nas caiçaras da intriga

 

foi fazer cosmético

pra amante de guaxindiba

que deixou em guriri

 comendo piaba frita

no almoço da sexta feira

 

parecia um tal   coronel

Ponciano de Azeredo  Furtado

como medo de lobisomem

pensando que o bicho é homem

 

sem tempo de tomar banho

amanheceu sujo borrado

contando as vacas no pasto

no sobrado do Airizes

nos fios do arame farpado


Artur Gomes

www.arturkabrunco.blogspot.com



sonho medonho

para Celso de Alencar

inspirado em um poema de Chico das Iolandas

 

quando Cronos

beijou Vênus em Creta

foi para separar Ísis de Apolo

e evitar que Júlia morresse

de morte  tão prematura

e a cabeça de Pompeu

não fosse encontrada num cesto

ao invés de sepultura

 

sonho literatura

desses que a gente sonha

com desejo de sonhar

e pensa até que a fronha

é mulher pra se casar

 

toca-se até uma bronha

sonhando que vai gozar

com a diaba Cleópatra

sacerdotisa no altar

esporra nas franjas da cama

e nunca mais quer acordar

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimicamente.blogspot.com

                Travessias Travessuras

 Queridos e queridas, bom dia - a página de Registro de Atividades no face está sempre desde ontem dando "erro técnico" segundo o sistema, e não abre, portanto se você me marcou em alguma atividade e ainda não teve o meu retorno o motivo é este. Abraços e beijos e uma linda semana pra todos.

 Ontem depois de algum tempo, voltei a praia do Pecado, em Iriri, onde em 2005 conheci Gigi Mocidade, uma rival, hoje grande amiga. 2005 foi para mim um ano mágico, em Guarapari conheci Federico Baudelaire, em Cabo Frio reencontrei Jiddu Saldanha e pelo face passei a ter contatos com Ziul Serip e Herbert Emanoel, poetas e artistas de  criatividade sem limites.

 Essa fase me marcou tanto, que acabei voltando para Iriri e estabelecendo morado por aqui, o quibe de peixe, que você só encontra por aqui, me pegou pelo pé. Se algum dia você passar por aqui, não deixe de experimentar, além de dar um mergulho nas águas mais azuis nesse atlântico no espírito santo.


Punhal

 Gosto dos poetas que no papel quando escrevem seus poemas se jogam para o outro, sem tédio, sem medo, sem receio. Como se cada poema fosse um punhal lambuzado de mel e sal penetrando nossos seios.

 Tenho uma lista de 22 poetas que leio incansavelmente por estas questões aqui colocadas.

 

Rúbia Querubim

https://www.facebook.com/rubiaquerubim


assentar um poema

como quem escolhe

cimento ou terra

gastando a tarde

ou ganhando o dia

 

arquitetura simples

um pequeno altar

sincretista

filtro dos sonhos

plantas na varanda

livros na estante

xícaras no pendurador

cortinas xadrez

 

das geometrias

ainda preferir

as intenções

 

sem o susto de pérolas

a serem desvendadas

sem excessos

com tudo à mão

 

frutas na fruteira

café passado

banho morno

 

um quadro não combina

com o lustre

no chão

cimento queimado

vermelho

as janelas amplas

 

quando venta forte

o frio entra

o sol da tarde

abafa o mundo

 

um poema é também descanso

abrigo rede velha

casa de comadre

fala simples

 

goteira pé descalço um cogumelo

crescendo na viga de madeira

 

Clara Baccarim

 

  Quando te amei neste poema

tinha dois cavalos copulando

na cocheira da fazenda

não me interessei pelo que pensavam

se é que cavalo pensa

e para nós não fazia a mínima diferença

em minha língua jorrava água ardente

e na tua jatos do meu leite quente

 

Artur Gomes Fulinaíma

Fulinaíma Afro Tupiniquim

www.arturfulinaima.blogspot.com


Esfinge

curta com poema de Artur Gomes

do livro Juras Secretas – Editora Penalux – 2018

filmado no verão de 2017 em Itaipu-RJ

clic no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=3r-kOIO5j2o

 lembrando de uma pescaria que fizemos com Alice em julho de 2020, caminhamos uns 2 kilômetros até uma pequena lagoa que existe aqui próximo, para pescarmos umas piabas,  tão grande que Lili ficava com medo de tirá-las do anzol.

 Ademir Assunção

BALANÇO 2021

MOJUBÁ

Claudio Daniel

Editora Kotter

 clic no link para ver o vídeo

https://www.facebook.com/ademir.assuncao/videos/255469083175436

Jogo de Búzios 

ogum não permitiu que iansã

doasse o coração para xangô

e deu-se num trovão pela manhã

o seu amor oxossi em cada um

exu de sangue e ferro

então mandou cortar meu coração

em mais pedaços

assim se fez sem nenhum berro

por isso tens-me aqui entre os seus braços

oxalá então cantou vendo a magia

fez a terra estremecer de africania

américa quem sabe porque canto de alegria

quando choram nos meus olhos

todos mares da Bahia

fazendo um doce mar ficar oxum

um velho doce mar ficar oxum

 


ArturGomes/PauloCiranda

www.fulinaimagens.blogspot.com

 clic no link para ver o vídeo

https://www.youtube.com/watch?v=3Q0dvldXhew



Nação Goytacá


a mulher do tempo

linda felina de fellini

que o meu olho felino

descobriu

 

extasiado me pergunto

:

quem foi o grande zeus

que inventou

ou foi a mãe de eros

que pariu

Federika Bezerra :

A Porta Bandeira

Que BorTou Olivácio Doido

 

Em mil novecentos e vinte e cinco

na noite de orgias satanazes

um raio de trovão incandescente

rachou a igreja em Goytacazes

 

um vulto do despacho então desceu

movido por farol de grande luz

tocou na pedra quebrou cruz

a Rainha do Fogo dessa gente

 

Federika de ouro azul e prata

na porta da igreja foi parida

criada pelo Padre Olivácio

que logo depois lançou na vida

 

aos cindo de idade encantada

foi pega masturbando em sacristia

por causa de um sonho com o príncipe

DuBoi da mais sagrada putaria

 

Expulsa da cidade foi pra longe

cresceu entre os jardins de JardiNÓpolis

mas se você pergunta Freud Explica:

- o seu palácio agora é em Petrópolis

 

Aos dezenove plena de alegria

conheceu Gigi da Bateria

na porta do Beco de Satã

na festa federal do Bar da Lama

a Deusa dos Lençóis de toda cama

sorrindo para ver como é que fica

dá um corte na história inverte o drama

e transforma Ouro Preto em Vila Rica

 

e assim vamos cantar em verso e prosa

a saga dessa Deusa Iansã

que em busca da mordida na maçã

sonhava encontrar Guimarães Rosa

 

Viemos do SerTão para os seus braços

porque a Mocidade Independente

é a mais fina e pura Flor do Lácio

afilhada do secular Padre Miguel

e fiel ao seu pai Padre Olivácio

 

e para completar a grande roda

trazemos o cacique Pau BraZil

o centenário Oswald de Andrade

filho da paulicéia que pariu!

 

Passando pelas bandas do Catete

dançando na maior intensidade

macumba com o índio brasileiro

nossa Ex-Cola campeã da liberdade

Federika engravidou o grafiteiro

do famoso cacete Samaral

que escrevia pelos muros da cidade:

Mocidade já ganhou o Carnaval!

 

e assim vamos cantar na grande roda

tudo o que deu e o que não deu

o dia que um presidente collorido

pensou ser pai de santo e se fudeu!

 

Artur Gomes Gumes

O homem com a flor na boca

www.arturfulinaima.blogspot.com



O Homem Com A Flor Na Boca

                                      Baudelíricas Baudeléricas


o poema um beijo em tua boca bruna tem um B entranhado entre as coxas a pele das amoras gemem quando venta forte em tuas fêmeas  hoje comi duas nessa manhã incendiária quando vim da cacomanga trouxe nos bolsos da calça remendada linha carretel cola de trigo cerol bambu papel de pipa pique bandeira pique esconde jabuti preá da índia pés de abóboras replantáveis o pé de abacate ainda não nasceu Isadora chegou ontem 30 de março numa tarde outono à sol aberto noite gelada frio na medula maya ainda escreve sobre depressão no tempo falks may abriu as asas pra malásia e a outra mora do outro lado em outra terra rio grande muito longe tenho sede


Federico Baudelaire

https://www.facebook.com/federicoduboi

 

 duas rosas vermelhas

em mim significam

tudo aquilo que o oculto

ainda me diz

metáfora lírica que me vem

dos olhos dela

a flor mais bela

que me pinta em aquarela

no engenho do encantado

e

me visita na janela

quando  meu sonho é acordado

 experimentar

o experimental

da poesia ao Audiovisual

 

pele grafia

 

meus lábios em teus ouvidos

flechas netuno cupido

a faca na língua a língua na faca

a febre em patas de vaca

as unhas sujas de Lorca

cebola pré sal com pimenta

tempero sabre de fogo

na tua língua com coentro

qualquer paixão re/invento

 

o corpo/mar quando agita

na preamar arrebenta

espuma esperma semeia

sementes letra por letra

na bruma branca da areia

sem pensar qualquer sentido

grafito em teu corpo despido

poemas na lua cheia

 

Artur Gomes

Juras Secretas

Editora Penalux – 2018

www.secretasjuras.blogspot.com

 

viagens insanas ao coração do mato dentro

visite curta compartilhe com os amigos

https://www.youtube.com/user/cabanagaivotas/videos


                                                    dédalos

para Alberto Bresciani

e o seu magnífico Hidroavião

 

O poeta pesca peixes

na floresta de concreto

lâminas de cimento

 

há séculos

não está pra peixe este mar

aqui redes em pânico

pescam esqueletos no ar

 

linhas de naylon

degolam tartarugas

que morrem náufragas

na av. atlântica

 

o poeta cata os cacos que restaram

desta pátria desossada

 

Artur Gomes

https://www.facebook.com/ohomemcomaflornaboca


A Traição das Metáforas

nesta última segunda tive um encontro rápido com Adriano Moura em Campos para entregar-lhe o livro O Poeta Enquanto Coisa, do meu pai Artur Gomes. Conversa vai conversa vem ele me disse: - estou me deliciando com a leitura de O Homem Com A Flor Na Boca, o prefácio já está quase pronto, falta penas uma revisão. 

e continuou: - Seu pai é louco, essa coisa de ficar inventando personagens femininos, no fundo é vontade de ser mulher. 

Verdade, no fundo todo homem gostaria de ser mulher. Eu se fosse, seria das mais vadias, e iria ensinar pra DarMares como é trepar na goiabeira, ia dar pra torto e a direito, mas só para os homens que eu escolhesse, ia ser de todos e ao mesmo tempo de ninguém.

 Lembrei-me até de uma música do meu querido amigo Carlos Careqa – Eu Não Sou Filho de Ninguém. 

Meu pai tem lá os seus motivos para a criação dos seus personagens femininos, mas eu não sei quais, quando ele me criou Gigi já existia, Federika, Lady Gumes, Macabeia também. O único que ele criou depois de mim foi Rúbia Querubim, que acho deve ser filha dos seus Retalhos Imortais do SerAfim. 

Aí só quem pode esclarecer isso verdadeiramente é Silvia Passarelli, Dalila Teles Veras, César Augusto Carvalho, Fil Buc, Flora Buchaul, os primeiros porque são amigas e amigos dele lá dos tempos de BraziLírica Pereira : A Traição das Metáforas, e os dois últimos porque são também filhos dele mais velhos que eu. Acho também que essa criação se deve muito ao convívio dele com Uilcon Pereira, que eu não conheci, mas quem o conheceu diz que foi um mestre em criar personagens. 

Com quem  tenho contato mais de perto mesmo é com Gigi, e pedindo o voto de todos para me tornar o Bispo da Igreja Universal do Reino de Zeus, dia 31 de dezembro, porque só assim Gigi se entregará aos meus braços famintos de prazer.

 

Federico Baudelaire

www.braziliricapereira.blogspot.com


                               lavra palavra 

cine vídeo com poema de Artur Gomes

do livro Juras Secretas filmado no sítio histórico de São Pedro de Alcântara – Bom Jesus do Itabapoana-RJ – que esta semana dedico a minha querida amiga Simone Bacelar pelo belíssimo trabalho que fez com a minha produção poética  para o seu maravilhoso projeto LêPoesia

câmera: Fabíola Gomes –

 edição: Federico Baudelaire

clic no link para ver o vídeo

https://www.facebook.com/studiofulinaima/videos/1761159630645616


Retórica 67

com os dentes cravados na memória

 

No dia 21 de maio de 1967, por obrigação de "servir à pátria" fui apresentado ao Quartel de Cavalaria de Guarda - Dragões da Independência, na época situado na esquina das ruas Pedro II com Figueira de Melo, em São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro.

 A primeira coisa que ouvimos da boca do então coronel, João Batista de Oliveira Figueiredo, numa na manhã de 22 de maio, é que estávamos ali para aprender "lições de guerra", e “ajudar o país a se livrar dos comunistas” que estavam invadindo o brasil.

 Logo de cara, fomos apresentados a 3 lições de guerra: educação moral e física, equitação e exercícios com tiro de mosquetão. Mosquetão era um fuzil primitivo, que só atirava com uma bala, e quando disparava se o cabo não estivesse muito bem acoplado ao corpo, poderia até deslocar a clavícula, devido ao forte coice que dava para trás.

 Na educação física, não tive muitas dificuldades, pois havia passado 4 anos fazendo o curso ginasial na Escola Técnica de Campos, onde a prática de educação física era bem puxada, eu ainda fazia atletismo, corrida de 800 metros e jogava futebol de salão. Tinha um corpo físico bem preparado para as aprendizagens de guerra.

 Na equitação também não encontrei problemas, pois nasci e fui criado numa fazenda, onde cavalgar era um exercício praticamente diário. Além das cavalgadas dentro do próprio quartel, muitas vezes éramos deslocados até a Quinta da Boa Vista, para praticarmos uma equitação entre diversos obstáculos, como por exemplo uma corrida de velocidade que fazíamos dentro de uma espécie de pântano, que foi preparado pelo quartel dentro da Quinta com essa finalidade.

 Em dezembro de 1967, fomos levados para Brasília, para trabalhar de graça para o exército no término da construção do quartel, que ainda não havia sido construída. Foi feita uma espécie de triagem entre nós "soldados", no sentido de descobrir as habilidades funcionais de cada um. E assim foi descoberto, entre nós, pedreiros, carpinteiros, pintores de carros e de paredes, cozinheiros, mecânicos, motoristas, lanterneiros.

 Eu não me enquadrava em nenhuma dessas funções, tinha duas outras: Linotipista que aprendi na Oficina de Tipografia da Escola Técnica de Campos, quando de 1961 a 1964 fiz o Curso Ginasial, e, datilografia que aprendi no escritório da Cia Cerâmica Cacomanga, na fazenda em que nasci, e nesse escritório trabalhei dos 16 aos 18 anos, até a véspera de embarcar para o Rio de Janeiro.

 Em Brasília passei então a ser o datilógrafo, do gabinete do sargento Ramirez, um gaúcho simpático que conseguiu fazer amizade com a maioria dos soldados do seu esquadrão. Em maio de 1968, depois de um ano exato, veio a nossa baixa. E pela manhã fomos todos chamados ao gabinete do coronel João Batista de Oliveira Fiqueiredo, para pegarmos os nossos certificados de reservista.

 Quando ele me viu, perguntou: "você não quer continuar no exército para fazer carreira militar"? De imediato me veio a mente, as medalhas que até hoje trago nas canelas, resultado dos bicos das botinadas que levei, nas formaturas, por estar com as barbas mal feitas ou o uniforme mal passado.

 Respondi então: não senhor, gosto de cavalos, pois nasci numa fazenda, e sei lidar com eles muito bem, mas gosto mais de gente. Ele me entregou o certificado com a cara amarrada, e comentou: "nós ainda vamos acabar com esses comunistas".

 Pois bem, logo voltei ao meu torrão natal, em maio de 1968, e em julho deste mesmo ano fui contratado para substituir o linotipista da já então Escola Técnica Federal de Campos, que havia se aposentado. No início dos anos 1970, comecei dentro da Oficina de Tipografia da ETFC, comecei a publicar meus primeiros atentados poéticos.

  Logo depois começaram minhas travessias para a Música em 1974 e para o Teatro em 1975. Toda repressão que havia sofrido naquele período de 67 a 68, começava então a explodir no inconsciente e transbordando da língua para a fala. Em 1985, portanto, 18 anos depois publico este poema no livro Suor & Cio.

 

cacomanga

 

ali nasci

minha infância

era só canaviais

ali mesmo aprendi

a conhecer os donos de fazenda

e a odiar os generais.

 E nesses 53 anos passados, o que mudou nesse país? Muitas vezes penso que o comunismo deve ser um super-herói, um mito, um cara da pesada, porque os milicos continuam até hoje querendo derrotá-lo, e cagam de medo dele.

 Eu, hoje vivo aqui cuidando da minha Estação 353, das minhas plantações de aipim, manga, amora, laranja, mamão, pitanga, pinha, acerola, cana caiana, siriguela, banana, limão, jabuticaba, saião, alfavaca  tomatinho e hortelã. molhar, capinar, plantar minha tarefa todo dia para o corpo e mente sã. e como bom comunista que sou, rogo a zeus que chova logo, para que o milharal cresça verdinho, porque não sabemos até quando teremos pão para o café do amanhã.

 E eles? continuam armados e mal(amados) a caçar os comunistas e a querer comprar deus e o mundo para proteger seus crimes de estelionato eleitoral, contaminados pelo fascismo, homofobismo, racismo, neo nazismo, feito vermes agindo para a proliferação do vírus dessa pandemia.

 

Artur Gomes

o homem com a flor na boca - livro inédito



 Artur Gomes

FULINAIMAGEM

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Fulinaíma MultiProjetos

portalfulinaima@gmail.com

(22)99815-1268 – whatsapp

o vôo
de Heras
EvoEros

enquanto espero

outras Eras

primasVeras nesse quase verão/inverno

que me tire desse purgatório

 nó da gravata

 quase mesmo inferno

nos abismos desse terno

recortado por Gamboa

mas não sou Pessoa

dessa pedra Itabira

esse pó quase me pira

muritiba muquirana

Itabapoana não me engana

Macunaína ainda vive

nas favelas de Copacabana

  

Federico Baudelaire

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Drummundana Itabirina

https://uilconpereira.blogspot.com/

essa dica não é minha

dia 11 de outubro

a Nação Goytacá

vai Balburdiar

na CasAmarÉlinha

 

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              jogo de dadaísta

não sou iluminista/nem pretender

eu quero o cravo e a rosa

cumer o verso e a prosa

devorar a lírica a métrica

a carne da musa

seja branca/negra

amar/ela vermelha verde

ou cafusa

eu sou do mato curupira carrapato

eu sou da febre sou dos ossos

sou da lira do delírio

e virgílio é o meu sócio

pernambuco amaralina

vida leve ou sempre/vida severina

sendo mulher ou só menina

que sendo santa prostituta

ou cafetina

devorar é minha sina

profanar é o meu negócio

 

Artur Gomes

Juras Secretas

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clique no link para v(l)er o vídeo filmado em Gargaú por Letícia Rcha com trilha sonora de Fil Buc

https://www.youtube.com/watch?v=szABRGqMqH8&t=10s

No próximo vinte e dois deste setembro dois mil e vinte e cinco finco os olhos na tela do ArteCult.com para v(l)er por onde andará Macunaíma?, coluna assinada pelo “bardo da cacomanga”. E por onde andará Macunaíma? Pelo polo sul ou norte? Ainda andará nos traços a lápis de José César Castro, o fógrafo/desenhista que não é casto?  Talvez com um pouco de sorte nos encontremos com ele naquela preguiça boa, escre/vivendo/falando poesia pelo litoral de São Francisco onde Itabapoana agora é pedra que voa.

E atenção joves de Campos dos Goytacazes e região, no dia 27 deste na Casa de Cultura Villa Maria, você tem um encontro marcado com o Encontro Literário – Jovens Em Movimento – estejam atentos estejam alertas - mexam-se leiam pois só o conhecimento liberta  

Artur Gomes (Campos dos Goytacazes-RJ, 1948) é poeta, ator, produtor cultural e vídeo maker, com mais de cinco décadas de intensa atuação nas artes. Criador de projetos que marcaram a cena literária e audiovisual brasileira, como o FestCampos de Poesia Falada e a Mostra Visual de Poesia Brasileira, Artur construiu uma trajetória que une poesia, performance e experimentação multimídia.

Em 2019, lançou o Sarau Balbúrdia PoÉtica, que se tornou um espaço vibrante de celebração da poesia falada e da performance, circulando por cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Cabo Frio e Campos dos Goytacazes. O projeto já realizou onze edições, incluindo participações em eventos de grande destaque, como a Bienal do Livro de Campos, e contou com apoio de instituições culturais e do portal ArteCult.com

Autor de mais de 15 livros publicados, entre eles Juras Secretas (2018), Pátria A(r)mada (2019, Prêmio Oswald de Andrade/UBE-Rio) e O Homem Com a Flor na Boca (2023), e Itabapoana Pedra Pássaro Poema (2025). Artur segue produzindo intensamente e difundindo a literatura contemporânea. Mantém o blog Nação Goytacá, https://arturgumes.blogspot.com/

 onde reúne a série TransPoÉticas – Coletânea de Poetas Vivos, reafirmando seu papel como articulador cultural e voz ativa da poesia brasileira.


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